Atividade física na infância: a importância do exercício para os cardiopatas

Ao longo das últimas décadas, o avanço no tratamento das cardiopatias congênitas proporcionou uma maior sobrevida a estes pacientes.

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Ao longo das últimas décadas, o avanço no tratamento das cardiopatias congênitas proporcionou uma maior sobrevida a estes pacientes. Entretanto, observa-se um aumento crescente de eventos como hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes e doença coronariana nesta população. Alguns estudos correlacionam esses eventos a uma maior ocorrência de sedentarismo, distúrbios alimentares e obesidade. Cada vez mais, objetivamos readaptar e reabilitar os pacientes portadores de cardiopatias congênitas, corrigidas ou não, de acordo com suas diferentes fisipatologias e características hemodinâmicas.

A adaptação cardiopulmonar favorece os resultados cirúrgicos principalmente nas anatomias complexas e de baixo fluxo pulmonar (figura 1 – correlação do tipo de exercício com o efeito hemodinâmico esperado).

Figura 1: Reprodução

Contraindicações ao exercício (esporte competitivo):

  • Hipertensão pulmonar;
  • ICC – Classe functional III e IV;
  • Arritmias ventriculares não controladas;
  • Estenose aórtica grave antes da valvuloplastia (exercícios classe IA e IB com supervisão);
  • Coartação aórtica não tratada;
  • Coronária anômala;
  • Sequelas graves ou arritmias após cirurgias;
  • Doença do tecido conjuntivo com dilatação da aorta (como Sd. Marfan).

Recomendações gerais para a prática de atividade física em crianças e adolescentes com as cardiopatias congênitas mais comuns:

  • Pós-operatório:

-3 a 6 meses após a correção das comunicações inteatriais e ventriculares, canal arterial e valvuloplastia;

-Se avaliação cardiovascular normal  – LIBERADO

  • Coarctação da aorta: liberados exercícios – AERÓBICOS (exercícios estáticos somente leves a moderados após a realização de teste ergométrico)

Recomendações na hipertensão arterial confirmada

  • O EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR, COMPETITIVO OU NÃO, AUXILIA NA MODULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
  • Restrição temporária na HAS estágio 2 –   alguns estudos referem maior risco para a ocorrência de AVE.
  • EXERCÍCIO ESTÁTICO X DINÂMICO (ver figura 2)
  • Estático – sobrecarga muscular com aumento da RVS
Figura 2: Reprodução

Mais da autora: ‘Code blue: 2 minutos por uma vida!’

Lembre-se:

  • É necessária a mudança do comportamento sedentário dos portadores de cardiopatias congênitas corrigidas ou não de acordo com a sua fisiopatologia.
  • É possível a desmistificação dos risco para pais e profissionais envolvidos no cuidado de crianças e adolescentes cardiopatas.
  • Os estudos mostram que a reabilitação e o exercício físico são seguros e benéficos nesta população.
  • A prescrição de exercício é realizada primordialmente pelo Cardiologista, entretanto é de extrema importância o incentivo e apoio do Pediatra para suporte ao paciente e familiares.

Referências:

  • COUNCIL ON SPORTS MEDICINE AND FITNESS. Policy Statement—Athletic Participation by Children and Adolescents Who Have Systemic Hypertension. Pediatrics 2010;125:1287–1294.
  • Marron et al. 36th Bethesda Conference: Eligibility Recommendations for Competitive Athletes With Cardiovascular Abnormalities. JACC 2005, 45(8) 2005:1313–5.
  • Luchese S. Avaliação cardíaca para atividade física e prática de esportes nas cardiopatias congênitas. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul – Ano XIII nº 01. 2004
  • Gielen S et al. Exercise Training in Patients with Heart Disease: Review of Beneficial Effects and Clinical Recommendations. Progress Cardiovasc Dis 2015;1 5(5 7): 3 4 7 – 3 .5 5

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