Atividade física pode não reduzir o risco de demência

A demência é um distúrbio progressivo que envolve mudanças no decorrer de um longo período pré-clínico, o que pode incluir alterações na atividade física.

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A atividade física na meia idade pode não reduzir o risco de demência, de acordo com dados publicados no BMJ.

Cerca de 47 milhões de casos de demência foram estimados pela Organização Mundial da Saúde em todo o mundo em 2015. A estimativa prevê que esse número pode triplicar até 2050 devido ao envelhecimento da população.

Na ausência de cura, estudos de prevenção são importantes para identificar fatores de risco modificáveis e fatores de proteção para atrasar o início ou reduzir o risco de demência.

A demência é um distúrbio progressivo que envolve mudanças no decorrer de um longo período pré-clínico, o que pode incluir alterações na atividade física.

Séverine Sabia, PhD do Centro de Pesquisa em Epidemiologia e Saúde da População do Hospital Paul Brousse em Paris, e colegas conduziram um estudo observacional prospectivo para testar as hipóteses de que a atividade física na meia idade não está associada com um risco reduzido de demência e que a fase pré-clínica da demência é caracterizada por um declínio na atividade física.

O estudo incluiu 10.408 participantes entre 33 e 55 anos de idade na linha de base. Os pesquisadores avaliaram o tempo gasto em atividade física leve, moderada a vigorosa e total em 7 ocasiões entre 1985 e 2013. A “atividade física recomendada” foi definida como 2,5 horas ou mais de atividade física moderada a vigorosa por semana.

Ao longo de uma média de acompanhamento de 27 anos, foram registrados 329 casos de demência. A média de idade no diagnóstico foi de 75,0 (desvio padrão: 5,4) anos e 73% (n=240) dos casos foram registrados nos últimos cinco anos. Aumento da idade, sexo feminino e menor grau de escolaridade foram associados com maior risco de demência.

Os pesquisadores não observaram associação entre a atividade física e o subsequente declínio cognitivo de 15 anos. Além disso, não foi encontrada associação entre a atividade física e o risco de demência durante um acompanhamento médio de 27 anos (hazard ratio para atividade física recomendada: 1,00).

As trajetórias de atividade física não mostraram diferença entre casos de demência e não casos. A atividade física em pacientes com demência começou a diminuir até 9 anos antes do diagnóstico (diferença na atividade física moderada a vigorosa, -0,39 horas por semana). A diferença tornou-se mais evidente no diagnóstico (-1,03 horas por semana).

Desta forma, este estudo não encontrou evidências de um efeito neuroprotetor da atividade física. Os resultados anteriores que mostram um menor risco de demência em pessoas fisicamente ativas podem ser atribuídos à causa reversa, ou seja, devido ao declínio nos níveis de atividade física na fase pré-clínica da demência.

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Referências:

  • Sabia Séverine, Dugravot Aline, Dartigues Jean-François, Abell Jessica, Elbaz Alexis, Kivimäki Mikaet al. Physical activity, cognitive decline, and risk of dementia: 28 year follow-up of Whitehall II cohort study BMJ 2017; 357 :j2709

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