Como fazer uma avaliação cardiovascular – parte 1: história e exame físico [podcast]

As doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo. Confira, nesse podcast, como começar uma avaliação cardiovascular.

As doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo. Em qualquer lugar que der plantão, você encontrará pessoas que, ou tiveram uma cardiopatia, ou estão sob esse risco. Por isso, é fundamental saber estimá-lo e prevenir. No PODCAST da PEBMED dessa semana, o cardiologista e colunista do Portal, Dr. Ronaldo Gismondi, explica como fazer a avaliação cardiovascular de um paciente. O tema da parte 1 é história clínica e exame físico.

Confira as outras partes:

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avaliação cardiovascular

Confira a transcrição do podcast

Avaliação cardiovascular

Bem-vindos a mais um podcast do Portal PEBMED. Meu nome é Ronaldo Gismondi e eu sou colunista do Portal. Hoje nós vamos começar de uma série de cinco episódios para falar como você deve fazer a avaliação cardiovascular de um paciente com foco na prevenção da aterosclerose.

Por que esse tema? As doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo, em qualquer lugar que você der plantão você vai encontrar pessoas que, ou tiveram uma cardiopatia, ou estão sob esse risco, e é importante que você saiba, principalmente em consultas ambulatoriais, saber estimar o risco da pessoa ter um evento cardiovascular e preveni-lo.

Quais são os eventos mais comuns? Infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral – incluindo AIT – e morte súbita: são desses que nós vamos falar da prevenção. O primeiro passo, que é o objetivo do capítulo de hoje, é fazer a avaliação do paciente. Toda avaliação começa pela história e exame físico.

Quais são as etapas da história e dos exames físicos que são mais importantes de você ter atenção? Na história, fique atento à história familiar: histórico de infarto, AVC ou morte em parentes de primeiro grau; um homem com menos de 55 anos, ou a mulher com menos de s65 anos colocam a pessoa em um risco maior do que ter um histórico de um parente mais distante ou de um evento não tão claro. Então nesse cenário, o risco da pessoa é pelo menos intermediário, senão alta para ter um evento e ele vai precisar de um cuidado especial de você. Sobre o próprio paciente, converse sobre seus hábitos alimentares, veja o tabagismo, o uso de bebida alcoólica e, principalmente, a prática de exercícios, mas não apenas a prático do exercício regular.

É importante que você conheça o dia a dia da pessoa. Nós, como médicos, muitas vezes perguntamos: “o senhor tem dor no peito?”, “o senhor tem falta de ar?”; e o paciente solta uma resposta, às vezes, baseada em um único episódio ou em um momento que ele se lembra. Eu acho que na consulta é melhor você inverter a ótima da pergunta: “o senhor no dia a dia caminha?”, “vai ao mercado?”, “sobe escadas?”, “e aí, quando faz isso, você passa mal?”, “tem falta de ar, tem dor no peito?”, porque isso traz à memória mais fácil aquela vivência diária e muita das doenças cardiovasculares começam se manifestando justamente com limitações a fazer esforço ou alguma atividade mais extenuantes.

No exame físico, esteja atento aos pulsos arteriais, utilize o índice de tornozelo branquial, é claro que a descrição original fala para você usar um doppler vascular, mas no consultório normal você vai fazer o método palpatório com o seu manguito – um índice, tornozelo branquial abaixo de 09, já coloca a pessoa com risco aumentado e, provavelmente, portador de doença arterial periférica. Nessa pressão arterial deitado ou pé, uma PA que caia mais do que vinte milímetros da sistólica em pé, indica hipotensão postural e esse doente também tem risco maior porque você vai ter mais dificuldade de regular a pressão arterial dele. Valorize as medidas domiciliares da PA, mas não deixa o paciente ficar medindo só quando passa mal, crie uma sistematização, no RMPA pode ser um bom caminho pra isso, e nós temos um texto lá no portal só sobre isso. Meça a circunferência abdominal e veja se o seu paciente tem síndrome metabólica.

No laboratório, você vai ter um apoio para avaliar fatores que você não consegue ver só na história e no exame, além do hemograma e da bioquímica, peça sempre eletrólito, os antidepressivos todos mexem na função renal e uma pessoa com função renal alterada tem maior risco de doença cardiovascular. Veja o ácido úrico, é um marcador importante de síndrome metabólica e doença renal. Atenção ao perfil lipídico. Hoje você não precisa mais de jejum, veja a glicemia e, principalmente, a hemoglobina glicada. Muitos endocrinologistas defendem o teste oral de tolerância glicose, ele tem o seu papel: a informação que ele te dá não é exatamente da hemoglobina glicada, mas no dia a dia é muito mais prático uma glicada – que você faz sem jejum hoje em dia, do que você ficar duas horas no laboratório para um teste oral de glicose – e na urina, não esqueça de ver a albuminúria, lembrar que uma coisa é proteinúria, a pena de proteínas renais, intubular; outra coisa é a albuminúria, cujo corte é 30 miligrama por grama num spott, e que marca principalmente dano endotelial do néfron. Ao final, quando você tiver os dados da história, do exame físico e desse laboratório, estime o risco cardiovascular da pessoa: ele é baixo, médio ou alto? E use nossas calculadoras do Whitebook para isso.

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