Um estudo publicado em agosto de 2016 pela revista JAMA Pediatrics avaliou a ocorrência de sintomas pós-concussão em adolescentes de 11 a 18 anos, que apresentaram concussão sem alterações na tomografia craniana ou necessitaram admissão hospitalar. A avaliação de sintomas foi feita nos primeiros 10 dias após o trauma, a partir de uma escala de sintomas pós-concussão e de diários recordatórios de atividades.
No estudo, cerca de 1 a cada 3 adolescentes apresentaram sintomas pós-concussão, o que demonstra como tais sintomas são comuns. Os pesquisadores encontraram em seus resultados que um aumento abrupto na atividade mental (retorno às atividades escolares e extracurriculares) aumentou o risco de exacerbação de sintomas, mas a maioria das exacerbações não foram precedidas por um aumento documentado das atividades físicas ou mentais. Além disso, os pacientes com exacerbações dos sintomas apresentaram melhora do quadro no dia seguinte, e os sintomas não impactaram a recuperação dos adolescentes após o período de 10 dias de observação.
Os resultados sugerem que uma atividade física e/ou mental moderada não pioram os sintomas, e que o retorno para as atividades escolares pode gerar um aumento nos sintomas, mas estes não podem ser vistos como um retrocesso na recuperação do quadro. Esses resultados vão de encontro ao que usualmente é sugerido na literatura; existe uma percepção generalizada que a atividade física e mental precoce fazem os sintomas piorarem, e a maioria dos protocolos clínicos sugerem repouso prolongado e progressão através de aumentos progressivos de atividade após concussão.
É importante destacar, porém, que atividades físicas de alto impacto e esportes de contato devem ser postergadas, uma vez que podem causar lesões agudas de repetição.
Referências:
- Activity-Related Symptom Exacerbations After Pediatric Concussion. Noah D. Silverberg, PhD1,2,3; Grant L. Iverson, PhD2,3,4,5; Michael McCrea, PhD6; Jennifer N. Apps, PhD7; Thomas A. Hammeke, PhD7; Danny G. Thomas, MD, MPH8 JAMA Pediatr. Published online August 01, 2016.oi:10.1001/jamapediatrics.2016.1187