Emergências médicas em voos comerciais, o que fazer?

Alguma vez você já esteve em um voo comercial e ouviu a comissária chamando ao alto falante: “Tem algum médico que poderia nos ajudar?”. Muitos médicos já vivenciaram essa situação e muitos que não vivenciaram ao menos temeram passar por esse fatídico momento. A principal preocupação da maioria dos médicos é ter de lidar com …

250-BANNER3Alguma vez você já esteve em um voo comercial e ouviu a comissária chamando ao alto falante: “Tem algum médico que poderia nos ajudar?”. Muitos médicos já vivenciaram essa situação e muitos que não vivenciaram ao menos temeram passar por esse fatídico momento. A principal preocupação da maioria dos médicos é ter de lidar com uma situação de risco de morte a 10.000 metros de altitude em um ambiente sem o suporte adequado ao atendimento de emergência.

Uma análise de 12.000 emergências em voos comerciais, entre 2008 e 2010, publicada em 2013 no NEJM, apontou dados interessantes:

  • A incidência média é de 1 evento médico para cada 600 voos ou 16 eventos para cada 1 milhão de passageiros;
  • Lipotimia e síncope foram os eventos mais comuns, representando juntos 37,4%;
  • Desconforto respiratório representou 12,5% dos casos;
  • Náuseas e vômitos representaram 10%;
  • Desconforto cardiovascular representou 7%;
  • Crise convulsiva representou 6%;
  • Reações alérgicas e agitação representaram 2% dos casos cada uma.

Os dois eventos mais graves listados foram Infarto Agudo do Miocárdio e Emergências Obstétricas, porém, estes representaram apenas 1% somados.

O kit de primeiros socorros disponível dentro dos aviões comerciais é composta por medicamentos de uso oral e injetável como: anti-histamínicos, epinefrina, analgésicos, anticonvulsivantes, broncodilatadores, corticoides, diuréticos, AAS, beta bloqueadores, entre outros.             Ainda encontram-se disponíveis soluções cristaloides e glicosadas, bem como materiais para exame físico e realização de procedimentos. A mesma pesquisa revelou que oxigênio, soro fisiológico e aspirina foram os recursos mais utilizados. O DEA foi utilizado em 137 pacientes, porém, o choque foi administrado apenas 5 vezes pela máquina.

A maioria dos casos foram episódios de mal estar relacionados a ansiedade. Sendo que, nestes casos, apenas a conversa entre o médico e o passageiro, avaliação inicial e o uso da experiência pessoal, foram o suficiente para contornar os casos.

É fundamental sempre conversar com a equipe de bordo, relatar ao piloto a situação e os riscos, e, algumas vezes, conversar com a equipe em terra para definir a necessidade de um pouso imediato.

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Muito médicos temem processos por atenderem emergências em voos, porém a “Lei do Bom Samaritano” (aplicável aos EUA) protege médicos nessas situações de ambiente extremo. Exceto, é claro, em casos de erros grosseiros.

O mais importante é definir sua disposição e preparo em poder auxiliar o passageiro neste momento. Qualquer ajuda pode ser o suficiente para resolver esta situação e trazer a tranquilidade a todos os presentes no voo.

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