Estudo indica que celecoxibe não aumenta risco cardiovascular

Pesquisadores testaram novamente o celecoxibe, anti-inflamatório não esteroide (AINEs), em doses menores, e encontraram resultados diferentes.

Estudos randomizados anteriores associaram o uso de celecoxibe a um aumento na mortalidade cardiovascular. Agora, pesquisadores testaram novamente o anti-inflamatório não esteroides (AINEs) não seletivos, em doses menores, e encontraram resultados diferentes.

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Nos outros estudos randomizados, doses diárias de 400 mg a 800 mg do celecoxibe aumentaram o risco cardiovascular, em comparação com o placebo. Em contraste, acredita-se que o naproxeno seja o mais seguro, em relação ao risco cardiovascular, entre os AINEs não seletivos.

Neste novo estudo randomizado, duplo-cego, pesquisadores compararam celecoxibe (100 mg duas vezes por dia), naproxeno (375 mg duas vezes ao dia) e ibuprofeno (600 mg três vezes ao dia) em 24.081 pacientes com osteoartrite ou artrite reumatoide. Todos sofriam de doença cardiovascular conhecida, diabetes ou tinham múltiplos fatores de risco cardiovascular.

O objetivo foi testar se celecoxibe não era inferior aos outros dois fármacos para um desfecho primário de morte por evento cardiovascular, infarto do miocárdio não fatal ou AVC não fatal.

Você sabia? ‘Estatinas em dose elevada reduzem risco cardiovascular’

A duração média do tratamento foi de 20 meses, com seguimento médio de 34 meses. Na análise por intenção de tratar (intent-to-treat analysis), a incidência de eventos cardiovasculares primários foi de 2,3%, 2,5% e 2,7% nos grupos celecoxibe, naproxeno e ibuprofeno, respectivamente – demonstrando não-inferioridade do celecoxibe, quando usado em doses moderadas.

A análise no tratamento obteve resultados semelhantes. Para os eventos gastrointestinais sintomáticos (úlcera gastroduodenal e complicações), a tentativa de tratamento não mostrou diferenças significativas entre os grupos, mas os receptores de celecoxibe apresentaram menor probabilidade de desenvolver anemia ferropriva de origem gastrointestinal (cerca de quatro casos a menos por mil pacientes).

O estudo mostra que celecoxibe não traz maiores riscos cardiovasculares – diferente da maioria dos outros inibidores seletivos da COX-2, que já saíram do mercado. No entanto, o resultado não deve ser interpretado como definitivo, já que nenhum grupo controle estava disponível para comparação. Portanto, o ensaio não deve alterar a prática clínica: pacientes com alto risco cardiovascular devem evitar o uso de celecoxibe ou outros AINEs.

O fabricante de Celebrex patrocinou este estudo.

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Referências:

  • Nissen SE et al. Cardiovascular safety of celecoxib, naproxen, or ibuprofen for arthritis. N Engl J Med 2016 Nov 13. https://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa1611593.
  • FitzGerald GA.ImPRECISION: Limitations to interpretation of a large randomized clinical trial. Circulation 2016 Nov 13. https://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.116.026324.
  • https://www.jwatch.org/na42802/2016/11/14/cardiovascular-safety-celecoxib?query=etoc_jwgenmed&jwd=000020039906&jspc=IM

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