Existe uma maneira melhor de diagnosticar a endometriose?

A endometriose consiste na presença de glândulas endometriais e estroma implantado em locais extrauterinos e acomete trompas, ovários e ligamentos da pelve.

A endometriose consiste na presença de glândulas endometriais e estroma implantado em locais extrauterinos, frequentemente acomete trompas, ovários e ligamentos da pelve. O diagnóstico é suspeitado na presença de sintomas (ex.: dismenorreia, menorragia, dor pélvica crônica e infertilidade), imagens (ex.: cisto ovariano homogêneo) ou visualização direta das lesões (ex.: nodularidade atrás do útero, abaulamentos em parede posterior da vagina), a confirmação se dá através de análise histológica do tecido removido cirurgicamente.

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Uma revisão sistemática de 22 estudos envolvendo 3.626 mulheres, as quais tiveram diagnóstico de endometriose através de cirurgia e foram classificadas de acordo com a American Fertility Society em mínima/leve (estágio 1 e 2) e moderado/severo (estágio 3 e 4). Dos 14 estudos incluídos, os autores analisaram a relevância do uso do CA 125 (marcador tumoral que origina-se do epitélio celômico) no rastreio de endometriose, e concluíram que é um bom teste, porém caso o resultado seja negativo não é suficiente para excluir a doença.

Uma vez que usado um corte de CA 125 de 30 Ul/mL, apresentou uma sensibilidade baixa, deixando ainda um dilema entre prosseguir com o diagnóstico e realizar a laparoscopia para confirmação ou tentar o tratamento empírico para os sintomas.

Duas revisões recentes da Cochrane concluíram que os marcadores não-invasivos não são sensíveis e específicos o suficiente para aumentar significativamente o cuidado de pacientes sintomáticos com suspeita de endometriose. Contudo, há uma necessidade de marcadores não-invasivos com melhor sensibilidade e especificidade para que possamos oferecer uma verdadeira ajuda ao paciente sintomático.

Enquanto não surgem novos exames mais sensíveis e específicos, ainda é válido usar o CA 125 para o rastreio e acompanhamento da endometriose, porém sabendo que não é o único exame de teste de rastreio, devendo ser associado a outros métodos diagnósticos, caso necessário.

Como não há cura para endometriose, a terapia age no controle dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida da paciente.

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Referências:

  • Kodaman PH. Current strategies for endometriosis management. Obstet Gynecol Clin North Am. 2015;42:87-101.
  • Molina R, Filella X, Jo J, Agusti C, Ballesta AM. CA 125 in biological fluids. Int J Biol Markers. 1998;13:224-230.
  • Ferrero S, Alessandri F, Racca A, Leone Roberti Maggiore U. Treatment of pain associated with deep endometriosis: alternatives and evidence. Fertil Steril. 2015;104:771-792.
  • Nisenblat V, Prentice L, Bossuyt PM, Farguhar C, Hull ML, Johnson N. Combination of the non-invasive tests for the diagnosis of endometriosis. Cochrane Database Syst Rev. 2016;7:CD012281.
  • Nisenblat V, Bossuyt PM, Shaikh R, et al. Blood biomarkers for the non-invasive diagnosis of endometriosis. Cochrane Database Syst Rev. 2016;(5):CD012179.

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