Febre em bebês: Viroses comuns ou infecções bacterianas graves? Uma alternativa diagnóstica aos pediatras

A difícil tarefa de distinguir as infecções bacterianas graves em crianças febris com menos de 60 dias de vida daquelas infecções virais comuns pode estar com os dias contados.

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A difícil tarefa de distinguir as infecções bacterianas graves em crianças febris com menos de 60 dias de vida daquelas infecções virais comuns pode estar com os dias contados. É o que alguns pesquisadores tem investido recentemente para contribuir na terapia antimicrobiana em pediatria.

Os resultados prévios obtidos em um estudo seccional, publicado em 2016 na JAMA por Herberg, Kaforou, Wright et al., pesquisadores do setor de Pediatria do Imperial College London, no Reino Unido e do Instituto de Biociências Moleculares da Universidade de Queensland, na Austrália, já indicavam que amostras de sangue obtidas de crianças febris (menores de 17 anos) com infecções bacterianas apresentavam expressão elevada de RNA a partir de 02 genes específicos. Paralelamente, Mahajan e colaboradores dos Estados Unidos da América (EUA) detectaram expressão diferenciada do RNA de 66 genes entre 279 infantos febris menores de 60 dias de vida com infecções bacterianas graves, infecções virais comuns ou saudáveis.

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Os resultados promissores indicaram sensibilidade de 87% (95% CI, 73-95%) e especificidade de 89% (95% CI, 81-93%). Uma seleção de 10 genes elevou a sensibilidade para 94% (95%CI, 70%-100%) e especifidade para 95%(95%CI, 88%-98%).

Em um novo estudo recente, Karofou, Herberg, Wright et al. (2017) investiram na validação da “assinatura” de RNA a partir de 02 genes, usando os modelos adotados por Mahajan e colaboradores (2016), para o diagnóstico de infecções bacterianas em crianças menores de 60 dias de vida assistidas em 22 departamentos de emergência dos EUA entre 2008 e 2010. Dentre os grupos de paciente, incluiram aqueles com culturas positivas (bacteremias e infecções urinárias) e negativas (infecções virais ou resultados negativos ou não testados). Os resultados indicaram alta sensibilidade e especificidade.

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Com base nesses achados, espera-se desenvolver nos próximos anos um simples teste diagnóstico à beira do leito baseado em RNA para 02 genes-alvos para aprimorar a terapêutica nesse grupo de pacientes e oferecer um incremento à atuação dos pediatras.

Mais detalhes e a cronologia desses avanços podem ser encontrados nos links das publicações do JAMA de 2016, e de 2017.

Referências:

  • Kaforou M, et al. Diagnosis of Bacterial Infection Using a 2-Transcript Host RNA Signature in Febrile Infants 60 Days or Younger. JAMA. 2017 Apr 18;317(15):1577-1578. doi: 10.1001/jama.2017.1365.
  • Herberg JA, Kaforou M, Wright VJ, et al. Diagnostic Test Accuracy of a 2-Transcript Host RNA Signature for Discriminating Bacterial vs Viral Infection in Febrile Children. JAMA. 2016 Aug 23-30;316(8):835-45. doi: 10.1001/jama.2016.11236.
  • Mahajan P, Kuppermann N, Mejias A, et al. Association of RNA Biosignatures With Bacterial Infections in Febrile Infants Aged 60 Days or Younger. JAMA. 2016 Aug 23-30;316(8):846-57. doi: 10.1001/jama.2016.9207

 

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