Reanimação de bebês prematuros: uso de ar ambiente pode trazer riscos?

Para reduzir o estresse oxidativo, os clínicos utilizam menores quantidades de oxigênio, incluindo ar ambiente, para ressuscitar recém-nascidos.

Para reduzir o estresse oxidativo, os clínicos utilizam menores quantidades de oxigênio, incluindo ar ambiente, para ressuscitar recém-nascidos. Entretanto, os efeitos deste método sobre os resultados em curto e longo prazo em bebês prematuros são desconhecidos.

O estudo To2rpido (Targeted Oxygen in the Resuscitation of Preterm Infants and their Developmental Outcomes) foi um estudo internacional, multicêntrico, randomizado e controlado envolvendo 2 centros na Austrália, 3 na Malásia e 1 no Catar realizado com o objetivo de determinar os efeitos da utilização de ar ambiente ou 100% O2 sobre o risco combinado de morte e incapacidade aos 2 anos.

Foram elegíveis para o estudo nascidos vivos com <32 semanas de gestação ou ≤1.250 g de peso ao nascer (se a gestação foi considerada incerta). O suporte respiratório foi iniciado com ar ambiente ou 100% O2 dependendo da randomização.

Foram recrutados 292 recém-nascidos e 287 (média de gestação: 28,9 semanas) foram incluídos na análise, sendo 144 no grupo que recebeu ar ambiente e 143 no grupo 100% O2. A maioria das mães tiveram mais de um filho e realizaram o parto cesáreo.

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Morte antes de 28 dias de idade (morte neonatal) ou morte antes da alta hospitalar não foi significativamente diferente para todos os lactentes. No entanto, 10 (22%) dos lactentes com menos de 28 semanas de gestação do grupo que recebeu ar ambiente morreram antes da alta hospitalar, comparados com 3 (6%) lactentes do grupo 100% O2 (razão de risco: 3,9; intervalo de confiança de 95% [IC 95%]: 1,1-13,4; p=0,01). A causa mais comum de morte foi insuficiência respiratória (n=13). Os lactentes do grupo ar ambiente morreram um pouco mais tarde (mediana: 12 dias, intervalo: 2-95 dias) do que os lactentes que receberam 100% O2 (mediana: 5 dias, intervalo: 1-83 dias).

O estudo concluiu que o uso de ar ambiente para iniciar a reanimação foi associado a um risco aumentado de morte em crianças <28 semanas de gestação. Ressalta-se que estes resultados devem ser interpretados com cautela devido ao pequeno tamanho amostral do estudo.

Referências:

  • Lee Oei, J., Saugstad, O. D., Lui, K., Wright, I. M., Smyth, J. P., et al. (2017). Targeted Oxygen in the Resuscitation of Preterm Infants, a Randomized Clinical Trial. Pediatrics, 139(1). https://doi.org/10.1542/peds.2016-1452

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