Hipoglicemia neonatal: como diagnosticar e tratar

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O período neonatal corresponde a um importante momento de transição e adaptação do recém-nascido (RN). Como não poderia ser diferente, a regulação da glicemia também é um fator fundamental de adaptação ao meio extrauterino.

No meio intrauterino, a oferta alimentar é contínua, diferentemente do que ocorre após ao nascimento, onde o RN geralmente é alimentado a cada três horas. Logo, fatores como o relativo jejum pós-natal associados a uma elevada taxa de utilização de glicose podem levar a hipoglicemia. O aumento da necessidade de glicose se deve ao fato que os RNs possuem uma massa cerebral proporcionalmente maior em relação ao tamanho corporal, sendo assim ocorre um consumo maior da glicose circulante pelo cérebro.

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Como causas de hipoglicemia, podemos dividir os pacientes em três grupos: os que apresentam aumento do consumo de glicose (hiperinsulinismo), os quem possuem diminuição da reservar e as causas mistas. No hiperinsulinismo, a hipoglicemia ocorre devido ao excesso de insulina em relação a glicose disponível, como a insulina e o IGF-I estão associados ao crescimento intrauterino, a macrossomia se torna um fator  sugestivo de hiperinsulinismo. A diminuição da reserva ocorre em RNs prematuros e PIG, estimando-se que 67% dos RNs que apresentam esses  dois fatores de risco terão hipoglicemia. Por fim, nas causas mistas podemos citar asfixia, sepse, hipotermia, dificuldade respiratória, dentre outras.

Logo, alguns grupos de RNs se tornam mais suscetíveis a terem hipoglicemia no período neonatal. Estima-se que 8% dos RNs  grandes para idade gestacional (GIG) e 15% dos RNs pequenos para a idade gestacional (PIG) apresentarão  episódios de hipoglicemia.  Segundo as diretrizes da Sociedade  Brasileira de Pediatria alguns RNs, por terem risco aumentado de hipoglicemia,  devem ter a dosagem de glicemia regular, dentre eles podemos citar: PIG, GIG, gemelares discordantes, filhos de mães diabéticas, baixo peso ao nascimento, hipotermia, suspeita de infecção, policitemia, Síndrome hipóxico-isquêmica, entre outros.

O diagnóstico precoce, a instituição urgente do tratamento e a prevenção de novos episódios de hipoglicemia  constituem os três pilares fundamentais para o manejo adequado destes pacientes.

Mais da autora: ‘Você sabe o que é Síndrome do Desconforto Respiratório do recém-nascido?’

Os sinais e sintomas de hipoglicemia não são específicos e por muitas vezes podem ser sutis e passar despercebidos, podendo variar simplesmente de irritabilidade, sucção débil, letargia, taquipneia hipotermia até sinais como tremores, cianose e crise convulsiva.

As últimas recomendações mundiais sobre hipoglicemia neonatal não foram capazes de estipular uma valor de referência da glicemia que seja nociva ao cérebro do RN e, mesmo ainda sendo um tema controverso na literatura, o último manual de atenção a saúde do recém nascido recomenda que:

  • RNs assintomáticos com glicemia entre 25 e 45 mg⁄dL, devem ser  alimentados,  preferencialmente com leite materno, e repetir a dosagem da glicemia em 30-60 minutos.
  • RNs sintomáticos ou com glicemia inferior a 25 mg⁄dL,devem receber uma solução de 2 mL⁄Kg de soro glicosado a 10% a uma velocidade de 1 mL⁄min via endovenosa. Após esta infusão manter a oferta endovenosa contínua de glicose com uma velocidade de 6 mg⁄Kg⁄ A glicemia deve ser estimada após 30 min e posteriormente a cada hora até que seu nível seja adequado.

Alguns autores ainda acreditam  que o médico deva ser mais tolerante quando a hipoglicemia ocorre nas primeiras 4 horas de vida do RN, tendo em vista que essas são as horas críticas de adaptação ao meio extrauterino.

Veja também: ‘Sífilis congênita no RN: um agravo ainda muito prevalente nas maternidades cariocas’

Em casos refratários ao tratamento, podemos usar drogas hiperglicemiantes como, corticoides,  glucagon e o diazóxido que atua nas células beta pancreáticas diminuindo a liberação de insulina.

Portanto, o diagnóstico e o tratamento precoce da hipoglicemia neonatal, são os fatores primordiais que podem minimizar possíveis danos neurológicos desta patologia, evitando assim graves sequelas no RN.

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