Lesão renal aguda na cirrose: creatinina sérica basal pode prever desfecho?

Queremos saber a sua opinião! Gostou de ouvir essa notícia em áudio? Clique aqui e responda nossa pesquisa. Insuficiência renal aguda (IRA) é definida como perda significativa e abrupta da função renal em horas ou dias. Refere-se principalmente a diminuição do ritmo de filtração glomerular e/ou do volume urinário, porém, ocorrem também distúrbios no controle …

Queremos saber a sua opinião! Gostou de ouvir essa notícia em áudio? Clique aqui e responda nossa pesquisa.

Insuficiência renal aguda (IRA) é definida como perda significativa e abrupta da função renal em horas ou dias. Refere-se principalmente a diminuição do ritmo de filtração glomerular e/ou do volume urinário, porém, ocorrem também distúrbios no controle do equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico.

Para incentivar a uniformidade das definições, o International Ascites Club (IAC) definiu a lesão renal aguda de fase 1 (IRA) na cirrose como um aumento da creatinina sérica (SCr) ≥ 0,3 mg/dl (26,4 μmol/l) ou ≥50% em <48 h a partir de um valor estável dentro de 3 meses. A SCr no baseline pode influenciar o risco de IRA e os desfechos dos pacientes.

A presença de doença renal crônica foi reconhecida recentemente como um fator de risco para a IRA em outras populações de pacientes. O desenvolvimento de IRA sobreposta à doença renal crônica tem um impacto negativo adicional na sobrevida. Não sabe-se se o mesmo ocorre em pacientes com cirrose.

Veja também: ‘Consumo de café reduz risco de doença hepática?’

Neste contexto, um estudo publicado no The American Journal of Gastroenterology teve como objetivo determinar se a SCr no baseline tem algum efeito no curso da IRA hospitalar e na sobrevida do paciente com cirrose.

O estudo foi realizado com pacientes do North American Consortium for the Study of End-Stage Liver Disease. Pacientes que foram admitidos no hospital de forma não seletiva dos centros participantes foram abordados para inclusão. A cirrose foi diagnosticada por biópsia hepática ou por uma combinação de resultados bioquímicos, radiológicos e endoscópicos. Foram avaliados os pacientes com níveis de SCr basais diferentes (≤0,5, 0,51-1,0, 1,01-1,5, >1,5 mg/dl) para o desenvolvimento de IRA.

No total, foram incluídos 653 pacientes cirróticos hospitalizados, sendo 416 e 237 do sexo masculino e feminino, respectivamente. A média de idade foi de 56,7 ± 10 anos. Aproximadamente 40% dos pacientes tinham histórico de diabetes e 30% foram admitidos ou desenvolveram uma infecção no hospital.

Utilizando os critérios diagnósticos do IAC, o diagnóstico de estágio 1 (IRA) foi realizado em 47% dos pacientes e observado em todas as categorias de SCr basal. Os pacientes com SCr basal mais elevado apresentaram maior probabilidade de desenvolver IRA (p<0,001) quando comparados com os outros grupos, além de apresentar maior probabilidade de ter um curso progressivo de IRA (p<0,0001), associado a uma redução significativa da sobrevida em 30 dias (p<0,0001).

O estudo mostrou, portanto, que os pacientes cirróticos admitidos com SCr basal mais elevado estão em maior risco para desenvolvimento intra-hospitalar de IRA e mais propensos a ter progressão de IRA com sobrevida reduzida. Dessa forma, esses pacientes devem ser cuidadosamente monitorizados e tratados.

Quer receber diariamente notícias médicas no seu WhatsApp? Cadastre-se aqui!

Referência:

  • Wong F, O’Leary JG, Reddy KR, Garcia-Tsao G, Fallon MB, Biggins SW, et al. Am J Gastroenterol. 2017 Apr 25. doi: 10.1038/ajg.2017.122. [Epub ahead of print]

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades