Médicos precisam de mais orientação para lidar com a morte cerebral

Neurologistas precisam de mais orientação quando se trata de lidar com a família, depois que um paciente é declarado com morte cerebral.

Dois novos estudos americanos indicam que os neurologistas precisam de mais orientação quando se trata de lidar com a família, depois que um paciente é declarado com morte cerebral, uma situação ainda mais complicada pela desinformação preocupante nos meios de comunicação.

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Pesquisadores americanos analisaram dois trabalhos sobre morte cerebral. O primeiro incluiu 201 neurologistas, e quase metade do grupo relatou já ter lidado com famílias que solicitaram que o suporte contínuo aos órgãos continuasse após uma declaração de morte por critérios neurológicos.

Quando perguntados o que fariam em uma situação hipotética que espelhada no cenário acima, 48% dos médicos disser que, por medo de um futuro processo por negligência, iriam prosseguir com o suporte contínuo aos órgãos. Os entrevistados também relataram que mais orientação da Academia Americana de Neurologia (AAN), incluindo mudança de política, educação e defesa, iria ajudar a aliviar esse fardo.

Veja mais: Quando a mente deixa o corpo – Uma reflexão sobre morte cerebral

No segundo trabalho, os pesquisadores examinaram 208 artigos publicados nos Estados Unidos em dois casos de morte cerebral amplamente relatados. Apenas 7% dos artigos analisados informam que o suporte contínuo aos órgãos deve ser interrompido após a declaração de morte encefálica, a menos que a família concorde em doar os órgãos. Além disso, apenas 4% explicaram o que é morte cerebral.

Atualmente, a Academia Americana de Neurologia recomenda a interrupção do suporte contínuo aos órgãos após declaração de morte cerebral, a menos que haja um plano para a doação de órgãos. Essas orientações foram criadas em 1995 e atualizadas em 2010.

Embora o processo seja muito claro nas orientações, não há informações sobre como lidar com situações onde a família pede que o suporte aos órgão continue, mesmo após o paciente ser declarado com morte cerebral, por vários motivos como, por exemplo, religião ou dúvida se o paciente ainda pode se recuperar.

Os autores do estudo alertam que diretrizes mais específicas são necessárias porque as pessoas estão lidando com essas situações de maneiras muito diferentes, em estados diferentes e em instituições diferentes. Neurologistas precisam de claras definições, normas e protocolos nacionais sobre o que fazer.

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Referências:

  • Organ support after death by neurologic criteria. Neurology. Published online before print July 22, 2016.
  • Public education and misinformation on brain death in mainstream media. Ariane Lewis, Aaron S. Lord, Barry M. Czeisler, Arthur Caplan. 25 July 2016.

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