O que perguntar para descobrir se o paciente é realmente alérgico à penicilina

Menos de 1% da população possui reação mediada por imunoglobulina E (IgE), indicando uma verdadeira alergia medicamentosa.

Dados recentes do CDC revelam que 10% de todos os pacientes norte-americanos relatam ter tido uma reação alérgica à penicilina. No entanto, menos de 1% da população possui reação mediada por imunoglobulina E (IgE), indicando uma verdadeira alergia medicamentosa. Por que existe essa diferença?

500x120-usuarios

O que acontece é que alguns pacientes podem ter tido efeitos colaterais ou sintomas de outra doença, que foi interpretado como alergia. Além disso, cerca de 80% de pacientes com alergias verdadeiras à penicilina perdem a sua sensibilidade em 10 anos após a reação.

Para avaliar se o seu paciente realmente tem alergia à penicilina, uma boa investigação é fundamental. Faça as seguintes perguntas:

  • Qual medicamento ou quais medicamentos você estava tomando quando ocorreu a reação?
  • Que tipo de reação ocorreu (erupções cutâneas, urticária, diarreia ou dificuldade em respirar)?
  • Quando isto aconteceu? Você recebeu tratamento? Por exemplo, epinefrina foi usada?

É importante lembrar também das características de uma reação mediada por IgE: ocorre imediatamente ou no prazo de 1 hora após a exposição; sinais e sintomas incluem urticária, angioedema, chiado, falta de ar e anafilaxia.

Veja também: ‘As consequências do desabastecimento global de penicilina’

Testes cutâneos alérgicos devem ser realizados?

Testes cutâneos alérgicos não devem ser realizados em pacientes com outras reações de hipersensibilidade graves à penicilina, tais como síndrome de Stevens-Johnson ou necrólise epidérmica tóxica. Então, quando você deve considerar o teste para um paciente?

O teste cutâneo deve ser considerado quando o paciente tem uma história consistente com uma reação à penicilina mediada por IgE. Eles podem ser feitos quando o paciente está bem e não precisa de antibiótico. Então, se o paciente se tornar doente em um momento posterior, penicilina pode ser utilizada, se indicado.

Alternativamente, o teste cutâneo pode ser realizado quando o paciente necessitar de tratamento com penicilina. Caso você não tenha experiência com testes cutâneos e suspeite que seu paciente tem alergia ao medicamento, você pode encaminhá-lo a um alergista.

Caso o teste cutâneo dê negativo, você pode seguir o teste com penicilina de classe oral, como amoxicilina, para definir com segurança se há ou não alergia. Caso os dois testes apresentem resultados negativos, alergia à penicilina pode seguramente ser descartada.

As melhores condutas médicas você encontra no Whitebook. Baixe o aplicativo #1 dos médicos brasileiros. Clique aqui!

250-BANNER3

Referências:

  • https://www.cdc.gov/getsmart/week/downloads/getsmart-penicillin-factsheet.pdf
  • Joint Task Force on Practice Parameters representing the American Academy of Allergy, Asthma and Immunology; American College of Allergy, Asthma and Immunology; Joint Council of Allergy, Asthma and Immunology. Drug allergy: an updated practice parameter. Ann Allergy Asthma Immunol. 2010;105:259-273.
  • Gonzalez-Estrada A, Radojicic C. Penicillin allergy: a practical guide for clinicians. Cleve Clin J Med. 2015;82:295-300.
  • Herrier RN, Apgar DA, Boyce RW, Foster SL. Patient assessment in pharmacy. New York: McGraw-Hill; 2015. https://accesspharmacy.mhmedical.com/content.aspx?bookid=1074&Sectionid=62364288.
  • Bernstein JA. Update on angioedema: evaluation, diagnosis, and treatment. Allergy Asthma Proc. 2011;32:408-412.
  • Sampson HA, Muñoz-Furlong A, Campbell RL, et al. Second symposium on the definition and management of anaphylaxis: summary report—second National Institute of Allergy and Infectious Disease/Food Allergy and Anaphylaxis Network symposium. Ann Emerg Med. 2006;47:373-380.
  • Blumenthal KG, Shenoy ES, Hurwitz S, Varughese CA, Hooper DC, Banerji A. Effect of a drug allergy educational program and antibiotic prescribing guideline on inpatient clinical providers’ antibiotic prescribing knowledge. J Allergy Clin Immunol. 2014;2:407-412.
  • Macy E, Ngor E. Recommendations for the management of beta-lactam intolerance. Clin Rev Allergy Immunol. 2014;47:46-55.
  • Pichiero ME. A review of evidence supporting the American Academy of Pediatrics recommendation for prescribing cephalosporin antibiotics for penicillin-allergic patients. Pediatrics. 2005;115:1048-1057.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades