Obeso ‘metabolicamente saudável’ e o risco cardiovascular

A alta prevalência de obesidade gera elevados consumos de recursos em saúde em todo o mundo. Diferenciar quais pacientes dentro desse grupo heterogêneo necessitam de mais ou menos investimento é fundamental para otimizar os custos de saúde pública e privada.

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A alta prevalência de obesidade gera elevados consumos de recursos em saúde em todo o mundo. Diferenciar quais pacientes dentro desse grupo heterogêneo necessitam de mais ou menos investimento é fundamental para otimizar os custos de saúde pública e privada.

Existe um grupo de obesos, os metabolicamente saudáveis, aqueles que apesar do peso elevado não possuem síndrome metabólica (hipertensão, diabetes, dislipidemia) e, portanto, possuem um perfil e prognóstico mais favoráveis quando comprados aos outros obesos, mesmo com IMC semelhantes e percentual de gordura parecidos. Outras características desse grupo: possuem menos adiposidade visceral e risco cardiovascular intermediário. Vale também destacar que esse rótulo não garante bem estar e prognósticos mantidos, este mesmo paciente pode evoluir de maneira insatisfatória nos próximos meses e desenvolver síndrome metabólica.

O estudo que nos mostrou isso tem como resultados após um seguimento de 12 anos as seguintes conclusões:

  • Pacientes obesos sem síndrome metabólica tiveram risco cardiovascular semelhante a população geral
  • Porém, também foi demonstrado que muitos pacientes evoluíram com síndrome metabólica durante o acompanhamento ao longo desses mais de 10 anos
  • Quanto maior a duração da combinação obesidade + síndrome metabólica, maior foi a incidência de eventos adversos

Logo, a conclusão mais importante é que o risco cardiovascular nesses pacientes se dá principalmente pela exposição duradoura de obesidade e síndrome metabólica, e que portanto, devemos intensificar e focar no tratamento da obesidade ainda nos seus estágios iniciais; melhor, devemos prevenir a obesidade para diminuição da incidência/prevalência de desfechos negativos futuros.

Tratamento da obesidade na atenção primária: o que precisamos saber

Referências:

  • Metabolically Healthy Obesity, Transition to Metabolic Syndrome, and Cardiovascular Risk. Morgana Mongraw-Chaffin, Meredith C. Foster, Cheryl A.M. Anderson, Gregory L. Burke, Nowreen Haq, Rita R. Kalyani, Pamela Ouyang, Christopher T. Sibley, Russell Tracy, Mark Woodward, Dhananjay Vaidya. Journal of the American College of Cardiology May 2018, 71 (17) 1857-1865; DOI: 10.1016/j.jacc.2018.02.055

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