Oxigênio suplementar não é necessário no IAM

Novo estudo publicado no NEJM indica que o oxigênio suplementar não é necessário em pacientes com suspeita de infarto agudo do miocárdio (IAM) sem hipoxemia.

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Novo estudo publicado no New England Journal of Medicine (NEJM) indica que o oxigênio suplementar não é necessário em pacientes com suspeita de infarto agudo do miocárdio (IAM) sem hipoxemia.

Em 2015, um estudo publicado também no NEJM mostrou que o O2 suplementar não conferia benefício no IAM com supra do segmento ST. No entanto, não ficou claro se esta conclusão também era válida para pacientes sem supradesnível do segmento ST e, por isso, muitos profissionais de saúde continuaram a usar oxigênio suplementar.

Neste novo ensaio clínico randomizado, pesquisadores utilizaram registros nacionais suecos para inscrição de pacientes e coleta de dados. Participantes com suspeita de IAM e uma saturação de oxigênio de 90% ou mais foram randomizados para receber oxigênio suplementar (6 litros por minuto durante 6 a 12 horas, entregues através de uma máscara facial aberta) ou ar ambiente.

Um total de 6.629 pacientes participaram do estudo. A duração média da terapia com oxigênio foi de 11,6 horas e a saturação média de O2 no final do período de tratamento foi de 99% entre os pacientes tratados com oxigênio e 97% entre os pacientes submetidos ao ar ambiente. O desfecho primário foi mortalidade por todas as causas em 1 ano, e os secundários incluíram mortalidade por todas as causas aos 30 dias e reinternação por IAM aos 30 dias e em 1 ano.

Veja também: ‘Oxigênio em excesso é prejudicial para o paciente na UTI?’

A hipoxemia se desenvolveu em 62 pacientes (1,9%) no grupo de oxigênio, em comparação com 254 pacientes (7,7%) no grupo de ar ambiente. A mediana do maior nível de troponina durante a internação foi de 946,5 ng/L no grupo de oxigênio e 983 ng/L no de ar ambiente.

O desfecho primário da morte por todas as causas em 1 ano após a randomização ocorreu em 5% dos pacientes (166 de 3.311) atribuídos a oxigênio e em 5,1% dos participantes (168 de 3.318) que receberam ar ambiente (hazard ratio [HR] = 0,97; intervalo de confiança [IC] de 95%: 0,79 a 1,21; P = 0,80). A reinternação por IAM em 1 ano ocorreu em 126 pacientes (3,8%) do grupo de O2 e em 111 pacientes (3,3%) atribuídos ao ar ambiente ([HR] = 1,13; IC de 95%; 0,88 a 1,46; P = 0,33). Os resultados foram consistentes em todos os subgrupos predefinidos.

Pelos resultados, os pesquisadores concluíram que o uso rotineiro de oxigênio suplementar em pacientes com suspeita de IAM sem hipoxemia não reduziu a mortalidade por todas as causas em 1 ano.

E mais: ‘Baixa aderência a estatinas após hospitalização por IAM: como mudar este quadro?’

*Esse artigo foi revisado pelo médico Eduardo Moura.

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