Paracoccidioidomicose: aspectos gerais

Dentre as micoses sistêmicas, a paracoccidioidomicose ocupa um lugar importante no Brasil e demais países da América Latina, por sua prevalência e pelas suas características, principalmente as relacionadas à forma crônica.

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Dentre as micoses sistêmicas, a paracoccidioidomicose ocupa um lugar importante no Brasil e demais países da América Latina, por sua prevalência e pelas suas características, principalmente as relacionadas à forma crônica.

Causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis, acomete principalmente pessoas da área agrícola, em contato com o solo contaminado; embora possa haver até 50% de indivíduos expostos, uma pequena parte suscetível desenvolve a doença, sendo 90% do sexo masculino. Não há dados precisos acerca da incidência pois a notificação não é compulsória, porém estima-se até 1 a 3 casos por 100.000 habitantes/ano.

A forma crônica é particularmente importante pela morbimortalidade e devido à ampla sintomatologia, com potencial acometimento de pulmões, sistema nervoso central, linfonodos intestinais, baço, fígado, além do tegumento. Pode ser a manifestação inicial da imunodeficiência relacionada ao HIV e nesses pacientes a mortalidade pode chegar a 30%.

O diagnóstico é feito pela identificação do fungo através de biópsia ou cultura; sorologias (Elisa, imunodifusão dupla) auxiliam no diagnóstico, mas são particularmente úteis no acompanhamento.

O tratamento pode ser feito com itraconazol 200mg/dia ou sulfametoxazol/trimetoprim 800mg/160mg a cada 12 horas, de 6 meses a 2 anos. Anfotericina B 1mg/kg/dia pode ser usada para os casos mais graves. Os critérios de final de tratamento são baseados na melhora das manifestações clínicas, queda nos títulos sorológicos e exames de imagem. A cura é questionável, visto que a erradicação do fungo não é possível e existe a possibilidade de recidiva.

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Referências:

  • Consenso em paracoccidioidomicose. Maria Aparecida Shikanai-Yasuda, Flávio de Queiroz Telles Filho, Rinaldo Pôncio Mendes, Arnaldo Lopes Colombo, Maria Luiza Moretti e Grupo de Consultores do Consenso em Paracoccidioidomicose.
  • Paracoccidioidomicose: Atualização Epidemiológica, Clínica e Terapêutica. Silvio Alencar Marques.
  • Paracoccidioidomicose: a dimensão do problema de uma doença negligenciada. Roberto Martinez. Division of Tropical and Infectious Diseases, Department of Clinical Medicine, School of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brazil.

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