Síndrome da Fadiga Crônica: Como diagnosticar e tratar

Como anunciado na postagem do último domingo, “Um novo paradigma na Síndrome da Fadiga Crônica”, continuamos nossa revisão sobre o tema, complementando o assunto com a abordagem diagnóstica e terapêutica mais atual para a doença, que recebeu mudanças fundamentais dado seu novo paradigma de doença sistêmica. O “Institute of Medicine” propôs novos critérios diagnósticos para …

Como anunciado na postagem do último domingo, “Um novo paradigma na Síndrome da Fadiga Crônica”, continuamos nossa revisão sobre o tema, complementando o assunto com a abordagem diagnóstica e terapêutica mais atual para a doença, que recebeu mudanças fundamentais dado seu novo paradigma de doença sistêmica.

O “Institute of Medicine” propôs novos critérios diagnósticos para a Síndrome da Fadiga Crônica, critérios estes que valorizam os conceitos de esta se tratar de uma doença sistêmica:

 

Diagnóstico exige a presença de todos os três sintomas abaixo:

  1. Redução substancial na capacidade de envolver-se em atividades profissionais, sociais, educacionais ou pessoais em níveis pré-doença, que persiste por mais de 6 meses e é acompanhado de fadiga. Apresenta início definido (não foi assim por toda a vida), não é causado por exercícios extenuantes, e não é substancialmente aliviado pelo repouso;
  2. Mal-estar pós-exercício*;
  3. Sono não-reparador*.

E a presença de pelo menos uma das seguintes manifestações:

  • Déficit cognitivo*;
  • Intolerância ortostática.

*A frequência e gravidade dos sintomas deve ser questionada. E o diagnóstico pode ser duvidoso caso estes sintomas não sejam de moderada a grave intensidade em pelo menos metade do tempo.

 

Como o nome “Síndrome da Fadiga Crônica” é considerado por muitos uma banalização da doença, dado seu caráter devastador, foi proposta uma mudança em sua nomenclatura para: “Doença da Intolerância ao Exercício Sistêmica”.

Com relação ao tratamento, até o presente momento, todas as propostas terapêuticas demonstraram-se insatisfatórias no controle dos sintomas, e o benefício terapêutico ainda é duvidoso, incluindo: corticoides, imunoglobulinas, fluoxetina, galantamina, valganciclovir e outros. Embora não hajam estudos do uso de antidepressivos tricíclicos em pacientes com a doença, seu uso e relativo sucesso terapêutico em pacientes com fibromialgia, leva a crer que seja uma boa opção terapêutica, ao menos em melhora da qualidade de vida, promovendo sonos reparadores e consequente melhora da energia para o dia seguinte.

Como muita informação foi recém descoberta sobre a fisiopatologia da doença, inclusive seu caráter inflamatório, acredita-se que muitas propostas terapêuticas serão agora testadas, e esperamos que em breve tenhamos opções realmente baseadas em evidência.

 

Referências Bibliográficas:

  • Fukuda K et al. The chronic fatigue syndrome: A comprehensive approach to its definition and study. Ann Intern Med 1994 Dec 15.
  • Komaroff AL and Cho TA. Role of infection and neurologic dysfunction in chronic fatigue syndrome. Semin Neurol 2011 Jul.
  • Nakatomi Y et al. Neuroinflammation in patients with chronic fatigue syndrome/myalgic encephalomyelitis: An 11C-(R)-PK11195 PET study. J Nucl Med 2014.
  • Komaroff AL. Chronic Fatigue Syndrome: Biology, Diagnosis and Management. New England Journal of Medicine 2015 June 15.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades