Tratamento com baixas doses de aspirina deve ser interrompida quando o paciente com risco cardiovascular desenvolve uma hemorragia digestiva? Um recente estudo indica que os benefícios da terapia podem ser maiores que os danos.
Para analisar essa hipótese, pesquisadores em Hong Kong fizeram dois estudos separados: um com hemorragia digestiva alta e outro com hemorragia digestiva baixa.
Os resultados de um pequeno estudo randomizado mostraram que os pacientes com alto risco cardiovascular, que apresentaram hemorragia digestiva alta, tratados com aspirina, apresentaram, durante um curto prazo de acompanhamento, benefícios maiores que os riscos.
No segundo estudo, 295 pacientes foram divididos em dois grupos: os que mantiveram a terapia com aspirina e os que suspenderam. Durante um acompanhamento de dois anos, a hospitalização por hemorragia digestiva baixa recorrente aconteceu em 7% dos que não mantiveram as doses de aspirina e em 18% dos pacientes que continuaram tomando aspirina.
Veja também: ‘Aspirina na prevenção de doenças cardiovasculares e câncer colorretal’
No entanto, graves eventos cardiovasculares adversos ocorreram em 33% dos pacientes que descontinuaram a aspirina e em 21% dos que mantiveram.
Na análise multivariada (ajuste para diferenças entre os grupos de várias características), os pacientes que continuaram com aspirina tiveram maior probabilidade de hemorragia digestiva baixa, mas menor probabilidade de graves eventos cardiovasculares adversos e, significativamente, menor mortalidade global.
Os resultados sugerem que os benefícios da aspirina continuam a superar os danos em pacientes de alto risco cardiovascular, que desenvolvem hemorragia digestiva baixa.
Referências: