Vai viajar? Veja os riscos de infecção em viagens de avião!

Além do tamanho e peso da mala, uma das duvidas mais corriqueiras entre pessoas que se propõem ou costumam viajar de avião é que infecções respiratórias poderíamos adquirir durante um curto ou longo trajeto aéreo?

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Além do tamanho e peso da mala, uma das duvidas mais corriqueiras entre pessoas que se propõem ou costumam viajar de avião é que infecções respiratórias poderíamos adquirir durante um curto ou longo trajeto aéreo? A partir dessa pergunta, podemos nos questionar quais assentos seriam mais adequados ou qual proximidade de um doente com sintomas ativos ou portadores assintomáticos? Os passageiros deveriam também ser rastreados por doenças respiratórias?

Algumas notícias citadas abaixo são exemplos claros dos questionamentos e desconhecimento que acometem a população em geral, as instituições voltadas para a Vigilância em Saúde de todo o mundo e medidas emergenciais que foram assumidas:

Vicki Stover Hertzberga, PhD, da Nell Hodgson Woodruff School of Nursing, Universidade de Emory, Atlanta, Georgia, e colaboradores (2018), publicaram, na Proceedings of the National Academy of Sciences, resultados interessantes de um estudo que clarificam os prévios questionamentos sobre as transmissões horizontais por gotículas em viagens aéreas.

Foram realizadas 10 viagens transcontinentais com duração entre 3,5 a 5 horas cada, com monitoramento dos comportamentos e movimentos dos passageiros na classe econômica em um avião com corredor único e filas de três assentos, sendo coletadas 229 amostras ambientais durante os voos para estudos com qPCR para vírus respiratórios comuns.

Aproximadamente 1.540 passageiros apresentaram contato próximo com outros indivíduos em distâncias menores que 1 metro, com media de 44 contatos durante o voo (47 pessoas-minuto) e 0,4 min de duração. A tripulação de comissários de bordo (n = 41) apresentou uma media de contato de 1.149 pessoas-minuto com passageiros. Poucos passageiros apresentaram tosse leve ou moderada nos voos estudados. As transmissões de partículas virais foram simuladas. Os principais achados indicaram que:

  1. O risco de transmissão direta de doenças infecciosas entre passageiros em viagens aéreas é baixo;
  2. Não foram detectados nenhum dos 18 vírus respiratórios investigados em amostras coletadas no interior do avião;
  3. A tripulação circulante e os passageiros em dois assentos adjacente ao redor do caso índice estão sob maior risco de contato com os germes;
  4. Os 11 assentos mais próximos apresentam a maior probabilidade de se infectar, variando de 0,9-1,0 (assentos adjacentes) a < 0,03 (mais distantes), com uma media máxima de dois passageiros infectados por voo, em caso de um indivíduo com doença viral em trato respiratório ativa e com alta taxa de transmissibilidade de 0,018 por minuto de contato;
  5. Em caso de um tripulante circulante infectado (e que não foi impedido de trabalhar), há possibilidade de infecção de 4,6 passageiros (probabilidade de 0,0045 por minuto de contato), especificamente aqueles sentados no corredor ou no assento intermediário;
  6. Voos com duração prolongada aumentam a probabilidade de transmissão;
  7. O presente estudo não pode ser inferido para doenças transmitidas também por aerossóis as quais implicam em maior tempo em suspensão, circulação em sistemas de ventilação e ar condicionado e passagem por filtros de ar.

Alguns outros estudos indicam resultados semelhantes aos observados acima para doenças como tuberculose e sarampo (de Barros et al., 2006; Kotila et al., 2016). Então, considerando as possíveis variações e mesmo diante de epidemias de gripe ou outros, a princípio, seus riscos ou de seus pacientes de se infectar durante o transporte aéreo uma simples viagem de negócios ou lazer continuam pequenos, mas existem.

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Referências:

  • de Barros FR, et al. (2006). Measles transmission during commercial air travel in Brazil. J Clin Virol 36:235–236.
  • Edelson PJ (2012). Patterns of measles transmission among airplane travelers. Travel Med Infect Dis. Sep;10(5-6):230-235.
  • Hertzberg VS1, Weiss H2, Elon L3, Si W4, Norris SL5; FlyHealthy Research Team (2018). Behaviors, movements, and transmission of droplet-mediated respiratory diseases during transcontinental airline flights. Proc Natl Acad Sci USA. 2018 Apr 3;115(14): 3623-3627.
  • Kotila S, Payne HL, Jansen N, Helbling P, Abubakar I (2016) Systematic review on tuberculosis transmission on aircraft and update of the European Centre for Disease Prevention and Control risk assessment guidelines for tuberculosis transmitted on aircraft (RAGIDA-TB). Euro Surveill, 10.2807/1560-7917.ES.2016.21.4.30114.

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