Você sabe como tratar um sangramento nasal?

A epistaxe, popularmente conhecida como sangramento nasal, é a principal emergência otorrinolaringológica. Você sabe como tratar o sangramento?

A epistaxe, popularmente conhecida como sangramento nasal, é a principal emergência otorrinolaringológica. Estima-se que cerca de 60% das pessoas no mundo apresentarão epistaxe pelo menos uma vez na vida. Apenas 6% dos casos necessitam de intervenção médica. Você sabe como tratar o sangramento?

500x120

De acordo com a origem do sangramento, a epistaxe pode ser classificada em:

– Anterior:

  • mais comum em crianças;
  • normalmente na área de Kiesselbach;
  • geralmente de origem venosa
  • costumam ser menos graves

– Posterior:

  • mais comum em idosos;
  • normalmente no septo posterior ou parede lateral;
  • geralmente de origem arterial
  • costumam ter prognóstico mais grave

A Epistaxe pode ser causada por vários fatores, como: traumatismos, rinite alérgica, sondas, fraturas, aneurismas, inflamações, uso de drogas, entre outros.

CONDUTA MÉDICA

O tratamento varia de acordo com o tipo e a gravidade de sangramento. Em um trabalho realizado no Setor de Rinologia do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da UNIFESP, médicos indicaram o passo a passo para a melhor conduta médica. Veja abaixo:

– Medidas iniciais:

  • O ABC básico é sempre a avaliação inicial. Garantir a via aérea com intubação orotraqueal ou traqueostomia pode ser necessário nos casos de choque hemorrágico. Oxigenação é importante principalmente nos cardiopatas.
  • Acesso venoso calibroso é fundamental nos pacientes com sangramento ativo intenso. Ao puncionar a veia, colhe-se sangue para hemograma, coagulograma e tipagem sanguínea e se inicia hidratação vigorosa quando há repercussão hemodinâmica.
  • Sempre que possível, manter o paciente sentado, para evitar deglutição de coágulos.
  • Aspiração nasal cuidadosa dos coágulos melhora bastante a visualização da cavidade nasal, mas é fundamental a utilização de cotonoides embebidos em soluções tópicas vasoconstritoras (adrenalina 1:100.000, fenilefrina 1% ou oximetazolina 0,05%) associadas a anestésicos (lidocaína 2% ou neotutocaína 2%).
  • O paciente com epistaxe costuma estar extremamente ansioso, com hipertensão arterial secundária à ansiedade, o que piora o sangramento.
  • Manter a calma e tentar acalmar o paciente são ações necessárias.
  • Compressas geladas sobre o dorso nasal auxiliam, pois têm efeito vasoconstritor.
  • Compressão digital com o polegar e o indicador se constitui na primeira medida a ser tomada, enquanto outras medidas são preparadas. Ao menos cinco minutos de compressão devem ser efetuadas para tentativa de hemostasia.

b

– Cauterização nasal:

A cauterização nasal pode ser usada para tratamento de sangramentos anteriores quando o ponto de sangramento é visível pela rinoscopia anterior.

Porém, com o uso do endoscópio nasal, sangramentos posteriores também podem ser abordados com a cauterização. A cauterização pode ser química, com ácido tricloroacético ou nitrato de prata, ou elétrica, com eletrocautério mono ou bipolar. E sempre se faz necessário o uso das soluções anestésicas-vasoconstritoras.

A cauterização química costuma ser realizada com ácido tricloroacético a 80%. Após anestesia e vasoconstrição local com cotonoides embebidos em solução apropriada, identifica-se o ponto sangrante, geralmente pela rinoscopia anterior, e se aplica algodão embebido no ácido.

A cauterização química deve ser utilizada para sangramentos de pequena intensidade, já que nos sangramentos mais graves o fluxo do sangue acaba por “lavar” o ácido aplicado, antes de sua ação efetiva. Costuma-se cauterizar uma pequena área ao redor do ponto sangrante inicialmente, caminhando-se em direção centrípeta.

Devemos resistir à tentação de cauterizar grandes áreas do septo ou cauterizar seguidas vezes um mesmo ponto ou, ainda, cauterizar uma mesma região dos dois lados do septo, sob risco de perfuração septal.

A cauterização elétrica pode ser feita via rinoscopia anterior ou endoscopia nasal, portanto pode ser utilizada em sangramentos posteriores. Além disso, ela é eficaz em sangramentos mais graves, diferentemente da cauterização química.

Nesses casos, devemos injetar anestésicos locais na mucosa nasal bilateralmente, devido à corrente elétrica ser transmitida pelo septo para o outro lado. A cauterização pode ser realizada com eletrocautério mono ou bipolar ou, ainda, com aspiradores-coaguladores. Estes últimos facilitam a identificação do ponto sangrante e controle de hemostasia. Novamente, evitar cauterização excessiva bilateral na mesma região do septo, sob risco de perfuração.

As melhores condutas médicas você encontra no Whitebook. Baixe o aplicativo #1 dos médicos brasileiros. Clique aqui!

Referências:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.