Você sabe tratar a crupe viral e bacteriana?

A Sociedade Brasileira de Pediatria publicou um guia prático de conduta para a doença, separamos para você os principais pontos.

A síndrome do crupe se refere a um grupo de doenças que se manifestam clinicamente com os seguintes sintomas: rouquidão, tosse ladrante, estridor predominantemente inspiratório e graus variados de desconforto respiratório. Os mais comuns são a viral e bacteriana. A Sociedade Brasileira de Pediatria publicou um guia prático de conduta para a doença, separamos para você os principais pontos.

Apresentação clínica

A síndrome do crupe acomete crianças de 1 a 6 anos de idade, com pico de incidência aos 18 meses, e é 1,4 a 2 vezes mais comum que no gênero masculino. Embora a maioria dos casos ocorra no outono e inverno, a doença se manifesta durante todo o ano.

No período inicial da crupe viral, são observados rinorreia clara, faringite, tosse leve e febre baixa. Após 12 a 48 horas, iniciam-se os sintomas de obstrução de vias aéreas superiores, com progressão dos sinais de insuficiência respiratória e aumento da temperatura do corpo. Os sintomas geralmente se resolvem em 3 a 7 dias.

Nos casos mais graves, que podem durar até 14 dias, há aumento das frequências cardíaca e respiratória, retrações claviculares, esternais e de diafragma, batimento de aletas nasais, cianose, agitação psicomotora até sonolência.

A crupe bacteriana combina manifestações clínicas de crupe viral e epiglotite. Há aparecimento de tosse ladrante, rouquidão, estridor inspiratório, insuficiência respiratória, febre alta (superior a 38,5°C) e toxemia. O desconforto respiratório pode progredir rapidamente, com obstrução total da via aérea.

Diagnóstico

O diagnóstico da crupe viral é baseado nos achados clínicos. Metade dos pacientes tem radiografia cervical normal, por isso, o exame radiológico cervical se reserva à investigação diagnóstica de outra etiologia para os sintomas de crupe (aspiração de corpo estranho), ou para casos em que a evolução da doença é atípica.

Os achados clássicos de radiografia cervical com estreitamento da traqueia subglótica (sinal da ponta de lápis ou torre de igreja) são de pouco valor, pois podem estar presentes em uma criança saudável.

Na bacteriana, o diagnóstico definitivo é feito pela visualização da traqueia. Evidencia-se na laringoscopia, a presença de exsudato purulento e malcheiroso bloqueando a luz da traqueia, de fácil remoção e sem hemorragia. As culturas obtidas deste material revelam os microrganismos.

Tratamento

Para a crupe viral, o objetivo do tratamento é a manutenção das vias aéreas patentes. O paciente deve ser mantido o mais calmo possível, evitando-se a manipulação e exames desnecessários:

Tabela da Sociedade Brasileira de Pediatria (https://www.sbp.com.br/src/uploads/2017/01/Emergncia-Crupe-Viral-e-Bacteriano.pdf)

Em suspeita de crupe bacteriana, o paciente deve ser admitido na UTI. É recomendado realizar a intubação traqueal em centro cirúrgico, com endoscopia. O procedimento promove diagnóstico e tratamento da traqueíte bacteriana e permite coleta de secreção para análise microbiológica. A intubação geralmente é necessária por 3 a 7 dias.

As complicações mais frequentes são falência respiratória, obstrução das vias aéreas, pneumotórax e síndrome do choque tóxico. Esses pacientes frequentemente têm outros sítios de infecção associados.

Veja a publicação completa da Sociedade Brasileira de Pediatria aqui.

Referências:

  • https://www.sbp.com.br/src/uploads/2017/01/Emergncia-Crupe-Viral-e-Bacteriano.pdf

 

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