Automedida da pressão arterial é mais eficaz em atingir metas recomendadas.

A medida da pressão arterial em domicílio tem como vantagem a obtenção de valores nas condições de vida do paciente no seu dia-a-dia, reduzindo o peso do “ambiente médico” e fornecendo mais valores a fim de termos uma média.

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Apesar de ser o fator de risco cardiovascular mais comum no mundo, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) está controlada em menos da metade dos pacientes. No Brasil, acredita-se que a taxa de controle da HAS seja inferior a 30%, mesmo nos grandes centros. Há diversas barreiras a serem superadas, mas certamente adesão e ajuste das medicações estão entre as principais.

A medida da PA em domicílio tem como vantagem a obtenção de valores nas condições de vida do paciente no seu dia-a-dia, reduzindo o peso do “ambiente médico” e fornecendo mais valores a fim de termos uma média. Diversos estudos já mostraram que estas medidas domiciliares têm melhor correlação com risco de eventos cardiovasculares do que a medida isolada de consultório. Agora cresce o incentivo para uso das medidas domiciliares como parte do processo para ajuste de medicações. Entre as vantagens do método estão:

  1. Maior adesão
  2. Redução da necessidade de visita “in vivo” às unidades de saúde, com economia de tempo e custo
  3. Melhor ajuste da PA

Em reportagem anterior, explicamos os métodos disponíveis para a medida domiciliar da PA:

  1. Automedida pelo paciente
  2. MAPA – monitorização ambulatorial da PA (nas 24 horas)
  3. MRPA – medida residencial da PA

A MRPA, por ser padronizada e de fácil realização, é a que tem crescido mais nos últimos anos, e foi objeto de um ensaio clínico na Inglaterra. Este estudo recente selecionou pacientes da atenção primária com HAS não controlada, mas excluindo aqueles com HAS resistente. Os participantes foram randomizados para três grupos:

  1. Tratamento convencional, com consultas trimestrais (grupo controle)
  2. “Automedida” (self-monitoring)
  3. Automedida com telemonitoramento

Nos grupos de automedida, os pacientes receberam um aparelho automático para medida da PA braquial e realizaram as aferições na primeira semana de cada mês, duas pela manhã e duas à noite, de modo muito parecido com MRPA. A diferença é que o grupo “automedida” enviava o resultado por carta ao médico (sim, carta, acreditem!), que entrava em contato orientando os ajustes das medicações. Por outro lado, no grupo “telemonitoramento” o envio era por SMS, bem como o feedback médico.

O resultado foi que os grupos de automedida apresentaram melhor controle da P: valores menores em média de 4,7 mmHg na sistólica e de 3,5 mmHg na diastólica em comparação com os controles! A surpresa é que, neste estudo, este resultado não ocorreu por maior adesão ou melhor tratamento não farmacológico. Estas medidas foram iguais nos três grupos. O que mudou foi a taxa de controle da PA: com as medidas mensais, o médico ficou melhor informado como estava a PA e fez melhor ajuste nos anti-hipertensivos. Outro aspecto interessante é que o uso de SMS não foi superior ao serviço postal – a taxa de controle em 12 meses foi igual nos dois grupos de automedida, mas os participantes via SMS atingiram a meta mais rápido que os via correio.

  

automedida pressão

Referência:

https://www.jwatch.org/na46251/2018/04/12/help-lower-blood-pressure-have-patients-measure-it?query=topic_hypertension&jwd=000020039906&jspc=IM

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