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Na área da Dermatologia tem surgido diversas novidades. Nos últimos anos, inúmeras pesquisas têm sido realizadas abrindo caminho para o desenvolvimento de novos fármacos e métodos de diagnóstico e tratamento. Com isso, os procedimentos dermatológicos ficaram mais eficazes e seguros.
Além disso, a tecnologia contribuiu com avanços na complementação diagnóstica e terapêutica dermatológica nos campos clínico, cirúrgico ou estético. Ademais, houve incremento também nas áreas da biologia molecular, da genética e da imunologia, contribuindo para o melhor conhecimento da fisiopatologia de diversas doenças e o surgimento de novos caminhos terapêuticos.
Como se destacar no mercado
Na opinião de Sérgio Palma, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o profissional que pretende se destacar neste mercado deve primar por manter uma boa relação médico-paciente.
“A ética, a transparência, a idoneidade e o respeito aos que buscam atendimento devem ser parâmetros observados em todos os momentos. Evidentemente, que o conhecimento técnico e a atualização constante também são relevantes, mas elas só terão o efeito necessário se o médico souber conduzir o seu relacionamento com a sua clientela de forma a ser visto como referência”, frisa o presidente da SBD.
Principais desafios
A dermatologia enfrenta vários desafios na atualidade. O problema mais grave, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, é a invasão de competências promovida por profissionais não médicos, alguns inclusive que não pertencem à área da saúde.
“Trata-se de um abuso que deve ser combatido. A SBD tem buscado abrigo no Poder Judiciário, no Ministério Público e em outras instâncias de controle e fiscalização. Nos últimos três anos, apresentamos cerca de mil denúncias desse tipo, que resultaram em processos e condenações. Outro aspecto que preocupa a categoria é o recebimento dos baixos honorários pagos pelos planos de saúde e pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Eles precisam ser revistos para corrigir as perdas detectadas e tornar a prática justa do ponto de vista de mercado. Podemos considerar também como mais um desafio o processo de atualização constante das técnicas e de medicamentos, o que exige do especialista uma dedicação permanente”, destaca Sergio Palma.
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Potencial de crescimento e principais oportunidades
Para o presidente da SBD, a dermatologia e todas demais especialidades médicas possuem potencial de crescimento no país. Apesar do ritmo de crescimento da população ter caído muito e o número de profissionais da medicina aumentar no sentido oposto, entende-se que cada vez mais os brasileiros buscam cada vez mais cuidar de sua saúde e do seu bem-estar. Ou seja, há uma quantidade significativa de pessoas interessadas em contar com a orientação de especialistas para resolver os seus problemas, inclusive de pele, cabelo e unhas.
Ainda de acordo com Sérgio Palma, a chave do êxito para o dermatologista, assim como qualquer outro médico, se detém sobre como manter uma boa relação médico-paciente, estudar de forma contínua e avançar no tempo com base em metas. Ou seja, planejar a carreira com base em oportunidades e tendo consciência de suas forças e limites.
Média salarial
Um médico dermatologista ganha em média R$ 5.145,21 no mercado de trabalho brasileiro para uma jornada de trabalho de 17 horas semanais, de acordo com o CAGED do MTE e pesquisa do site Salario.com.br no período de 09/2018 até 04/2019 com um total de 61 salários.
A faixa salarial deste especialista fica entre R$ 3.653,10 e R$ 7.775,59, levando em conta os profissionais contratados com carteira assinada em regime CLT a nível nacional.
Para a Sociedade Brasileira de Dermatologia, os extremos são grandes: há dermatologistas com ganhos significativos e outros que atuam exclusivamente no serviço público e que recebem salários menores. Mas, independentemente do total percebido, o que chama a atenção é que todos os valores estão defasados: no setor público, a Tabela SUS, que a base para cálculo do que é pago, reajustes não acontecem há muitos anos e a política salarial do Governo Federal não tem sido justa com aqueles que são concursados.
Por sua vez, no setor privado, os planos de saúde mantêm uma relação tensa com a categoria médica, com ajustes pouco expressivos e muitas perdas acumuladas.
Conquistas da SBD
A instituição mantém cerca de 9.500 especialistas associados. Esse é um número de dermatologistas maior do que o registrado no último levantamento da Demografia Médica, trabalho coordenado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o qual passa por um processo de atualização.
“A SBD é uma entidade que mantém uma agenda proativa em diferentes campos da especialidade. Atua de forma intensa no campo da formação e da produção de conhecimento através de suas publicações, mas não ignora as suas responsabilidades enquanto instância de defesa dos interesses dos dermatologistas. Na seara da defesa profissional, a SBD tem agido no debate político para sensibilizar parlamentares em torno de projetos de interesse da população, da medicina e da especialidade. Da mesma forma, temos ocupado espaço no Judiciário, questionando ações de outras categorias que tentam invadir competências exclusivas da medicina, previstas na Lei do Ato Médico. Até o momento, já alcançamos bons resultados em todos esses espaços, mas o que importa é manter essa luta em prol da dermatologia de forma constante”, conclui Sérgio Palma.
Referências: