Reanimação em sala de parto de recém‐nascidos pré‐termo extremos

Um grupo de pesquisadores fez uma análise das opiniões de pediatras sobre as decisões de iniciar e limitar a reanimação em sala de parto de recém‐nascidos.

Um grupo de pesquisadores fez uma análise das opiniões de pediatras especializados sobre as decisões de iniciar e limitar a reanimação em sala de parto de recém‐nascidos pré‐termo extremos, com o objetivo de entender melhor a conduta dos profissionais nesse momento tão delicado.

A literatura estabeleceu como limite de viabilidade de reanimação o período entre 22 e 25 semanas de idade gestacional. No entanto, nesse limite a sobrevida e o prognóstico são incertos e ainda existem dúvidas sobre qual é a conduta mais adequada.

Diante disso, pesquisadores entrevistaram 560 pediatras que ensinam reanimação no Brasil sobre as práticas atuais e as questões éticas envolvidas. Dos participantes, apenas 9% afirmaram existir em seu hospital uma norma escrita sobre quando não iniciar a reanimação em sala de parto e quando estão indicados cuidados intensivos diante da prematuridade extrema. Entretanto, 80% afirmaram usar algum dos critérios abaixo:

  • a idade gestacional (96%) e o peso ao nascer (67%);
  • 33% relataram considerar exclusivamente a idade gestacional, 5% referiram valorizar apenas o peso e 62% ambos os critérios;
  • para 80%, a idade gestacional limite para reanimação foi abaixo de 24 semanas, e para 59%, o limite de peso foi de 500g.

Os pesquisadores apresentaram também três casos clínicos para os participantes avaliarem a reanimação em diferentes estágios:

  • com 23 semanas, 50% dos instrutores fariam a reanimação em sala de parto;
  • com 26 semanas, 2% baseariam sua decisão no peso ao nascer e/ou na abertura da fenda palpebral;
  • 38% reavaliariam sua decisão e limitariam o cuidado na UTI a medidas de conforto para nascidos de 23 semanas reanimados na sala de parto;
  • Quanto aos procedimentos de reanimação avançada, 45% e 4% com 23 e 26 semanas, respectivamente, não indicariam tais manobras.

A Dra. Ana Carolina Pomodoro, pediatra e colunista da PEBMED, comenta os resultados e a conduta médica adequada:

“Podemos perceber que apenas uma minoria das unidades hospitalares (menos de 10% dos locais de trabalho daqueles que responderam ao questionário) possui norma escrita sobre quando não iniciar a reanimação em sala de parto. Isso acaba por deixar o profissional inseguro em relação à atitude que deve tomar frente aos prematuros entre 22 e 25 semanas, já que, antes disso, há uma limitação da viabilidade por causa da imaturidade biológica, e, depois dessa faixa, não se questiona o benefício do tratamento.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda cautela ao profissional, orientando que o mesmo aguarde o nascimento para que tome sua decisão de reanimar ou não. Na dúvida, deve reanimar e decidir os próximos passos com a equipe da UTI Neonatal e a família”, finaliza Dra. Ana.

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Referências:

  • J Pediatr (Rio J) 2016;92:609-15 DOI: 10.1016/j.jpedp.2016.06.001

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