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Estudo publicado na revista Critical Care Medicine em julho de 2018 sugere um potencial benefício da tiamina no tratamento de pacientes em choque séptico. A aumentada demanda metabólica do choque séptico é bem conhecida, bem como seu potencial de causar deficiência de tiamina neste contexto. No entanto, a reposição desse déficit teria benefício em desfechos?
Estudo de coorte retrospectiva comparou os desfechos de pacientes que receberam tiamina em relação a pacientes que não receberam. Todos os 1.049 participantes elegíveis para o estudo estavam de acordo com os critérios Sepsis-3 para choque séptico (lactato > 2,0 mmol/L em uso de vasopressor) à admissão hospitalar. Deste grupo, foram identificados 123 que receberam a reposição de tiamina, que foram pareados demograficamente e quanto à gravidade da doença a 246 pacientes no grupo controle (que não receberam tiamina).
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Choque séptico e tiamina
O desfecho primário foi o tempo para obtenção documentada do clearance de lactato, apresentando entre outros desfechos secundários a mortalidade em 28 dias. O clearance de lactato foi significativamente melhorado em pacientes que receberam tiamina em relação àqueles que não receberam (razão de risco (RR) = 1,3), e na análise multivariada ajustada por fatores clínicos, houve diminuição significativa da mortalidade em 28 dias (RR = 0,67).
Por se tratar de um estudo pequeno, unicêntrico, retrospectivo e sem randomização, o mesmo está sujeito a muitos vieses, o que limita bastante a adoção como recomendação. Ainda assim, a redução significativa da mortalidade em 28 dias observada é um incentivo para estudos maiores e com metodologia para maior nível de evidência.
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Referências:
- Woolum JA et al. Effect of thiamine administration on lactate clearance and mortality in patients with septic shock. Crit Care Med 2018 Jul 18.